Network é uma habilidade natural, mas que enferruja com a idade se não a mantivermos ativa ao longo dos anos.
Jovens se conectam por osmose! Estão descobrindo o mundo, fazem parte de mil grupos.
Têm paixão e desejo pela quantidade e não ligam tanto para qualidade porque querem experimentar.
Conforme vamos amadurecendo, vamos consolidando os grupos, as preferências e com isso adequamos também o número à forma de vida.
Temos mais responsabilidades e menos tempo para estar em grupos.
Geralmente, temos uma rotina bem pesada e com raras exceções fazemos muito mais que casa-trabalho-mercado/academia.
Para os que já têm filhos, o tempo livre é ainda mais escasso.
Nos momentos de lazer procuramos estar com quem temos mais intimidade e assim, vamos diminuindo as redes e o network fica restrito às pessoas que já conhecemos.
Algumas pessoas conseguem ampliar um pouco as comunidades com as quais interagem. Ex: igreja, clube, parceiros de algum esporte, vizinhos.
Mas a maioria tem um círculo bem menor.
O problema é que chega um momento em que por razões profissionais cada vez mais desafiadoras, nos damos conta que é necessário sim ampliar a rede de conexões, mas como estamos um pouco enferrujados, não sabemos muito como retomar o processo.
Muitos são os obstáculos no início:
• Não queremos ser invasivos;
• Achamos um pouco chato e cansativo;
• Não sabemos como iniciar a aproximação;
• Não conseguimos criar uma conexão efetiva;
E etc…
Temos que nos lembrar que a evolução da humanidade se deu pela criação das comunidades e que isso é algo natural e fundamental.
Para contextualizar um pouco e relembrar para alguns de maneira bem resumida:
Nos primórdios o homem era nômade. Ele ainda não cultivava o que comia. Portanto, precisava se deslocar em busca de mais alimentos e um ambiente mais propício à sobrevivência.
Assim, permanecia no mesmo local até que a comida ali terminava e ele saía novamente em busca de outro, assim como fazem os animais.
Quando o homem desenvolveu a agricultura, deixou de depender apenas da caça e assim pôde fixar moradia.
Isso possibilitou uma nova organização social onde as comunidades (tribos) deram início ao surgimento das famílias e das aldeias, que deram depois lugar às cidades.
Começaram então a se unir em torno de interesses comuns, como fazemos até hoje.
Com o crescimento das cidades, não temos como nos relacionar com todos e nos aproximamos daqueles que possuem as mesmas afinidades. Exs: por meio do esportes, dos times, das religiões, dos partidos políticos, das preferências musicais, de estilos de vestimenta, etc.
Transitamos em comunidades de interesses comuns.
Isso até o surgimento das redes sociais, que muitos consideram antissociais.
A verdade é que elas só transformaram a forma de encontro dado que vivemos num mundo congestionado, de difícil deslocamento, violência, e tantos outros fatores que impossibilitam que os encontros físicos sejam tão presentes como no passado.
Portanto, continuamos os mesmos. Só mudamos a maneira de realizar as coisas.
Os encontros que antes se davam em torno da fogueira, hoje acontecem nas redes sociais também.
E o bom é que há espaço para todas as tribos: juntos e misturados.
Podemos achar quase tudo na rede e isso é maravilhoso, mas há que se ter cautela sempre, pois há também muita picaretagem disfarçada.
Temos sim inúmeros problemas quando nos relacionamos mal com a ferramenta, mas só cabe a nós mesmos evitar os riscos, as exposições desnecessárias, o tempo destinado ao mundo virtual.
Administrando bem as inúmeras variáveis, vou sempre achar o desenvolvimento positivo.
A vida evolui, muda o tempo todo. Por que não seria assim com as possibilidades que a tecnologia nos traz?
Deixemos os medos e as resistências no passado afinal não há retorno e a inteligência artificial veio para ficar e mudar o que conhecemos em todos os aspectos.
Mas não se esqueça que você precisa também de vitamina D e que o mundo lá fora, apesar de tudo, continua lindo e as pessoas precisam e muito, de contato físico.
Portanto, ache seu equilíbrio e transite por todas as comunidades, sejam elas físicas ou virtuais.
E não esqueça o mais importante: faça network.
Não importa como: seja pelo resgate do jovem – cheio de energia – ou do homem neolítico – que fazia conexões movidas a interesses de sobrevivência -, acione o botão que te faz reagir e siga.
O início pode ser duro, mas depois vira rotina e incorporamos com alegria.
Claudia Taulois
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